Só poesia
Horizonte
Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o longe, e o sul sidério
Esplendia sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstrata linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos de esperança e de vontade,
Buscar na linha fria do Horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte
Os beijos merecidos da verdade.
(Fernando Pessoa)
3 Comments:
é a velha história do lençol pequeno, você puxa para cobrir a cabeça e fica com os pés de fora... :)
Achei você! :P
Me achou???
Como assim Batman?
Trem eu não sei...mas bala tem aos montes...Brasil da conversa fiada em 2 meses não se fala em trem, tam nem PAN
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